domingo, 26 de dezembro de 2010

Certo alguém

 Chega certo momento da vida que acreditamos que já vivemos tudo. Que a vida não tem mais nada de extraordinário para oferecer. Quando de repente surpreende e mostra que as coisas que a move é um ciclo interminável. Quando tudo parece que acabou, um novo ciclo está pronto para acontecer.
 O ciclo começa e acaba por colocar, de forma inesperada, pessoas que te fazem pensar e agir de forma diferente. Que desperta algo que até então parecia adormecido, um novo começo. Mas agora é diferente porque não é qualquer pessoa. É alguém que você jamais conheceu e que por isso senti medo de que tudo não passe de um sonho.
  Jamais poderia imaginar que um toque na mão esquerda pudesse significar tanto. Um gesto que acaba por aproximar duas pessoas vencidas pela timidez. Que sufoca o  desejo que senti pela incerteza dos sentimentos da outra pessoa.

   Humor  é uma das suas, digamos, armadilhas porque consegue prender nossa atenção, e quando percebemos já estamos envolvidos. Não mais por quem conta a história, mas pelo cara tímido que se esconde por trás dos seus personagens. O sentimento que provoca é uma grande curiosidade para descobri  quem se esconde.
  Encantamento talvez seja a melhor palavra para definir o que senti. Ele me cativou pela maneira de expressar-se. A forma como agia diante situações pelas quais passara, e mais que isso pelo seu jeito de ser. Em meio aos seus personagens (que imita muito bem) procurei encontrar o personagem protagonista que se escondia por trás de todos aqueles. 

  E mais uma vez a vida te surpreende, pois coloca pessoas especiais que trazem sentimentos únicos. Acaba por te fazer acreditar que sentimentos verdadeiros possam brotar.  E acreditar que uma simples mão esquerda pode significar carinho, respeito e companheirismo. E o que resta? Viver cada momento de forma intensa, sem se preocupar com o que possa vir depois. E esses momentos nem mesmo o tempo poderá me tirar.
E como diz Lulu Santos: “Quando um certo alguém desperta o sentimento é melhor não resistir e se entregar”.



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Só o tempo coloca as coisas nos seus respectivos lugares

  Por muito tempo guardei esse sentimento dentro de mim. Tentei arrancar, sufocar, mas nada adiantou.  E quando pensava que tudo tinha acabado você voltava.  Não queria sair da minha cabeça. Não consegui controlar esse sentimento, por isso me sentia tão mal.
 Incapaz.  Esse sentimento de incapacidade esteve comigo todo esse tempo. Incapaz de  esquecer alguém que convivi  tão pouco, mas que marcou muito. Aprendi muita coisa durante esse curto tempo que proporcionou meu crescimento pessoal. Disso não posso  negar.
  Disse adeus a um grande amor. Fiquei firme diante dos meus projetos de vida, podia ter largado tudo e ter ido embora com você. Ma hoje, tenho certeza que fiz a coisa certa. Somos muito diferentes em tudo. E uma hora isso não ia dar certo. Os opostos não se atraem. A nossa última conversa foi definitiva. Se tem uma coisa que não admito é preconceito e machismo. As pessoas devem ser respeitadas independentes da sua opção de vida.
 Por muito tempo fui excluída por gostar e pensar diferente das pessoas de uma cidade interiorana. Sempre quis as coisas mais além. E passei por vários obstáculos, mas nunca deixei meus princípios. E superar esse sentimento foi o mais difícil. Nunca chorei tanto  por alguém. Por sentimento que queria arrancar de qualquer jeito. Deixei muitas pessoas passarem porque meu coração não tinha espaço.
 O reencontro foi único. Queria que o mundo parasse naquele instante. Minha última chance. Mas logo depois a decepção. Não era como havia imaginado, existia uma  3ª pessoa entre nós.  Uma coisa que admiro é a sinceridade, mesmo que doa, mas seja sempre verdadeiro. Nenhum sentimento se sustenta a base da mentira, e uma hora tudo desmorona.
 Enxergo as coisas como são, e não tento imaginar algo que não existe. Assim fiz, encarei o fato exatamente como era. E percebi que por todos esses anos amei algo que não existia. Criei um perfil do meu jeito, bem diferente do encontrado.  Pela segunda vez a vida me deu a oportunidade de viver esse amor. Agora mais madura e consciente das minhas atitudes. Enxergando a realidade, sem imaginação. Disse não porque o sim representava por fim a tudo o que tinha conquistado.
Hoje, consegui superar esse obstáculo. Tenho boas lembranças, mas só.  Percebi que passou tudo de uma ilusão. Enfim,  LIVRE .

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Medo

Medo do primeiro passo.
De escuro.
De ficar sozinho.
De ser abandonado.
De não ser amado.
De apaixonar-se.
De Morrer.
 De sofrer.
De de errar.
 De ferir o outro.
De cair.
De duvidarem do seu caráter.
De perder as pessoas que ama.
De tropeçar nas esquinas da vida.
De tudo passar de uma ilusão.
De escolher a profissão errada.
De arriscar.
De amar e não ser amado.

O ser humano possui dentro de si todos esses medos que precisam ser superados. Viver é saber lidar com os medos, e fazer deles  obstáculos a ser vencidos. Viver é arriscar-se SEMPRE.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ser gentil não custa nada

                         
    Gentileza é uma coisa simples de ser praticada, mas que poucos fazem. No ônibus é mais difícil ainda de ser encontrada. Todos os dias encontramos pessoas de todos os tipos e de vários lugares. As histórias se cruzam diariamente, mas raramente são compartilhadas.
   O que me fez escrever sobre esse tema foi a atitude de um jovem.  Estava no ponto de ônibus quando uma senhora se aproximou. Todos os lugares estavam preenchidos, o jovem levantou-se rapidamente e cedeu o lugar. Ando de ônibus todos os dias e raras são as pessoas que cedem os lugares. Imagine em um ponto de ônibus.
  Para melhorar o convívio entre as pessoas resolvi criar o estatuto da gentileza:
1)    Nunca entre no ônibus sem que todos os passageiros tenham descido.
2)    Faça uma fila organizada para que todos entrem com segurança.
3)    Os passageiros sentados, nunca deixem os que estão em pé com as mãos ocupadas, pois dificulta o equilíbrio.
4)    Quando pisar no pé ou cair sobre as pessoas peça desculpas
5)    Agradeça as pessoas que seguraram seus objetos.
6)    Os DJ de ônibus usem o fone, pois ninguém é obrigado a ouvir seu repertório musical.
7)    Aos motoristas: procurem transportar os passageiros com segurança. Tendo cuidado, principalmente, nas curvas para que eles não sejam jogados pelas janelas.
8)    Não deixe com que os passageiros fiquem como sardinhas enlatadas. Elas devem ter um espaço mínimo para se movimentarem dentro do veículo.
9)    Os cobradores informem educadamente aos passageiros quando tiverem dúvidas.
10)  Siga o exemplo do Profeta Gentileza e ponha em prática os itens acima, assim será uma pessoa melhor. E as pessoas ao seu redor também irão agradecer..

sábado, 27 de novembro de 2010

O que seria do homem se não fosse os sonhos?

Senti uma vontade muito grande de falar dos sonhos e como as pessoas se agarram a eles. Hoje o meu dia foi de sonhos, não os meus. Sonhos de pessoas que há um dia atrás eram desconhecidas, e agora insistem  não sairem da minha cabeça.

 Os rostos com expressões triste e felizes marcavam as etapas superadas para a conquista de algo tão desejado. O que são os sonhos? O sentido da vida. Sonhar é acreditar que algo pode ser mudado, e que as coisas acontecem como um grande círculo. Nada é para sempre, tudo é efêmero. O sonho  é a base em que nos agarramos para conquistar algo.

Não tenho medo em dizer que sou uma sonhadora. Agarro-me nos sonhos, pois neles encontro o sentido da vida.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A culpa é do estrategista

                             
   Qual mulher resiste à liquidação? Além de consumir parece um telefone sem fio. Espalha para as suas companheiras os produtos em liquidação. O estabelecimento vira uma confusão de mulheres a procura dos produtos em liquidação.
  Barulho de música natalina. Crianças correndo na seção de brinquedos. Mulheres a procura dos menores preços. É nesse cenário que começa o calvário. A fila dá três voltas antes de chegar ao caixa.
  As mercadorias são pensadas pelo estrategista para conduzir os clientes a consumirem os produtos disponibilizados durante o trajeto do caixa. Bebidas, guloseimas, chocolate, e petiscos são os produtos preferidos do estrategista.
  As tentações ficam expostas aos seus olhos. Enquanto isso, a fila anda lentamente.  O calvário parece não ter fim. A fome começa a fazer parte desse espaço. E o psicológico já não resiste com rigidez.
  Você já está no seu limite, quase comprando aquelas coisas deliciosas, e se depara com as propagandas. O estrategista parece ter feito todo o percurso e percebeu que as propagandas é uma arma poderosa para convencer. E principalmente quando as frases estão no imperativo.  Esta na metade do percurso e aparece a frase bem legível: “Duvido você resistir”. Começa agora uma luta psicológica.
   Tenta desviar o olhar, mas não consegue só vê aquela propaganda e um monte de chocolate embaixo. Tudo é cronometrado pelo estrategista. O seu psicológico está por um fio, e a fila não anda. Ele pensa em cada detalhe do calvário. Corredores entupidos de chocolate, bebidas e comidas deliciosas. Até a geladeira fica com a porta para dentro do corredor, e pior, com bebidas geladas.
  Prestes a chegar ao caixa. Conseguiu cumprir todo o trajeto. Superou todas as tentações. O estrategista em algum lugar abre o sorriso. O cliente chegou ao ponto crítico, pensa que resistiu a tudo quando na verdade deixa a sua arma fatal para o fim. Elas chegam até as revistas de novela. Começam a folhear desesperadas para saber alguma novidade sobre os famosos. Mas a revista que mais interessa está lacrada. A alternativa é levar para casa.
  Trabalho cumprido. O estrategista está satisfeito. E as mulheres que vão ao supermercado para comprar alguns itens, acabam extrapolando na sua lista de compras. E não precisou perder tempo procurando os produtos. Estavam bem ali ao alcance de todos.
  E quando o marido reclamar no fim do mês, pode dizer que a culpa é do estrategista.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A sacoleira de desculpas

   As mesas arrumadas lado a lado com seus respectivos computadores. A platéia chega logo cedo. A desculpeira é sempre a última a chegar.  O palco está pronto para sua atuação. Ela sempre chega afoita. Empurra a porta com rapidez e vai logo contanto o porquê do atraso. Sempre conta uma história mirabolante.
   Com sua sacola de desculpas faz uma seleção de toda trajetória. A seleção é feita a partir da reação do público. Caso aceitem de cara a justificativa seleciona  as verdes, que são as desculpas mais leves, caso contrário as cores fortes, que representam perigo e agilidade para argumentar. 
   A história sempre tem muita ação e vítimas. Ela sempre anda e percorre vários lugares para chegar até o trabalho.  Usa de várias formas para vender o seu produto. Primeiro capricha no visual, os cabelos longos e ondulados e com maquiagem. E acredite que, mesmo andando de ônibus, ela chega impecável.
  A sacoleira de desculpas tem uma boa retórica. Consegue convencer. A expressão é outra forma de confirmar o porquê do atraso. Ela gesticula e fala com eloqüência. Caminha de um lado para o outro. Tenta dar concretude ao que fala.
  Depois de justificar a sua demora inicia seu trabalho. A sala fica em silêncio. Não demora muito para a sacoleira de desculpas desarmonizar o ambiente. Uma nova desculpa é preparada para sair da sacola. Começa a murmurar baixinho para que alguém pergunte o que está acontecendo. Começa a lamentar que não possa fazer o trabalho porque tem problemas no computador.
  Os problemas sempre acontecem com ela. A internet não funciona, quando o trabalho está quase pronto ou acaba desligando o receptor sem querer.  O ônibus sempre atrasa quando está esperando. Ela vive no mundo do ‘quase’.
  Com sua sacola de desculpas percorre todos os lugares. Sempre tem justificativa para suas ausências.  A sacola sempre balança para que novas desculpas possam ser produzidas. Fim de semana com muita festa no domingo. O que a sacoleira faz?Vai curtir . No dia seguinte chega ao trabalho com mais de duas horas de atraso. A desculpa sai quentinha do formo. A sacoleira afoita e com sua voz eloqüente usa seu poder de argumentação. Afirma que não acordou porque esqueceu de programar o despertador, o horário programado era o do final de semana.
  Na hora da divisão do lanche nunca senti fome.  Argumenta que já tomou café em casa. Ou que está sem fome. Sempre tem uma justificativa para não colaborar com as vaquinhas que são feitas para o café e o lanche.
   A desculpeira nunca admite que esteja sem dinheiro para comprar ou ir a lugares. Se chamarem para ir ao cinema dar um grande discurso discordando do valor cobrado para assistir a um filme.  Aprecia a pirataria .
  A sacoleira de desculpas quando vai sai com os amigos de trabalho, na maioria das vezes acaba esquecendo a carteira em casa. Na hora de pagar a conta procura incansavelmente dentro da bolsa, mesmo sabendo que deixou em casa, e com a testa franzida lamenta o fato ocorrido. Simula constrangimento e repete a todo o momento que no dia seguinte vai reembolsar os colegas.
  A sacoleira de desculpas está sempre com uma justificativa pronta. Antes de dormir sempre faz uma avaliação de como foi o dia.  Fecha os olhos e abre a sacola para seleciona as  melhores. As que possuem um maior poder de convencimento. Parece imaginar as variadas situações que poderá passar. Só essa preparação justificaria a sua retórica para lidar com o público. E assim, a desculpeira caminha com sua sacola pelo nosso cotidiano.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sentimentos

Pedaços. Entender os sentimentos é algo incompreensível, na verdade acho que os sentimentos foram feitos para serem sentidos. Mas, muitas vezes o medo nos impede de sentir..


Passamos a senti uma inquietude que não sabemos ao certo o seu motivo. Chega sem avisar e se instala no lugar obscuro que não enxergamos.

O sentimento nos confunde. Não compreendemos a sua dimensão, pois eles se perdem dentro de nós. E chega certo ponto que não temos controle. Sim, posso afirmar que controle e sentimentos são opostos.

Sei o quanto é difícil lidar com eles. Agir com naturalidade com algo que ainda machuca. Mas por outro lado só os sentimentos exprimem o que sentimos: tristeza, alegria, paixão, ódio, raiva, tudo.


 Não precisa entender, sinta!




sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Esquina da vida

“Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Assim disse Vinícius de Moraes em seu famoso soneto de fidelidade. Através dele mostrou que podemos amar várias vezes, e essa coisa de amar uma única pessoa não existe.


Vinícius que me perdoe, mas acho que podemos nos apaixonar várias vezes. Nem sempre chega a ser paixão, um encantamento que logo passa. Paixão é algo profundo. Você se doa totalmente ao outro sem esperar que retribua seu sentimento nas mesmas proporções. Paixão dói. Um conjunto de sentimento que não tem definição exata. Nada é certo. Ódio, amor, ciúmes, saudade, medo, insegurança, todos se tornam um só sentimento. Essas paixões nos acontecem a cada esquina da vida.

Já o amor é a paixão amadurecida. Amor é equilíbrio. Você compreende o outro mesmo que não esteja ao seu lado. Uma dor sutil que vai se arrastando ao longo dos anos. E mesmo que se apaixone cinco vezes seguidas ao final dessas decepções vai lembrar-se dele. O barco sempre volta ao porto seguro. Amar é querer o outro bem, mesmo que o tempo e a distância os afastem.

E se depois de três, quatro, cinco, seis anos e até o dia que você estiver de cabelos brancos ainda lembrar-se daquela pessoa que entrou na sua vida e balançou tudo, e até hoje você não conseguiu colocar as coisas nos seus lugares, preciso informar que conheceu o amor. Só o tempo que nos diz isso. Por isso,  podemos conhecer a paixão várias vezes, mas amar apenas UMA.