sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Esquina da vida

“Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Assim disse Vinícius de Moraes em seu famoso soneto de fidelidade. Através dele mostrou que podemos amar várias vezes, e essa coisa de amar uma única pessoa não existe.


Vinícius que me perdoe, mas acho que podemos nos apaixonar várias vezes. Nem sempre chega a ser paixão, um encantamento que logo passa. Paixão é algo profundo. Você se doa totalmente ao outro sem esperar que retribua seu sentimento nas mesmas proporções. Paixão dói. Um conjunto de sentimento que não tem definição exata. Nada é certo. Ódio, amor, ciúmes, saudade, medo, insegurança, todos se tornam um só sentimento. Essas paixões nos acontecem a cada esquina da vida.

Já o amor é a paixão amadurecida. Amor é equilíbrio. Você compreende o outro mesmo que não esteja ao seu lado. Uma dor sutil que vai se arrastando ao longo dos anos. E mesmo que se apaixone cinco vezes seguidas ao final dessas decepções vai lembrar-se dele. O barco sempre volta ao porto seguro. Amar é querer o outro bem, mesmo que o tempo e a distância os afastem.

E se depois de três, quatro, cinco, seis anos e até o dia que você estiver de cabelos brancos ainda lembrar-se daquela pessoa que entrou na sua vida e balançou tudo, e até hoje você não conseguiu colocar as coisas nos seus lugares, preciso informar que conheceu o amor. Só o tempo que nos diz isso. Por isso,  podemos conhecer a paixão várias vezes, mas amar apenas UMA.